A
verdade amarga, adoçada com uma colher de ironia
Desde
que ingressei no mundo da ciência, algo sempre me foi
claramente apresentado: a maior parcela do ser humano atual e futuro
tenderá a usar cada vez menos o cérebro. Mas porque a
ciência não divulga isso para o mundo? Será
mesmo que não divulga?
Não,
não entraremos em detalhes técnicos e científicos
aqui. Afinal não estamos redigindo um trabalho acadêmico
e, tampouco queremos que estas palavras sugiram mais e mais estudos.
Até porque, sabemos que se a tendência é usar
cada vez menos o cérebro, de que adiantaria escrever algo que
as pessoas não iriam ler?
Então
vamos lá. Desde de que minha vida online
começou, à uns quatro anos ou pouco mais, venho
percebendo que o mundo caminha para a praticidade, não se
importando com o estado em que as pessoas estão se adaptando à
essas mudanças. Vamos ver um exemplo simples.
A
imagem acima foi retirada de um fórum de discussão
visitado em sua maioria por crianças e adolescentes. Mas antes
que os céticos e cegos venham criticar, ponderemos sobre estes
fatos. É certo que na internet
é comum encontrar este tipo de linguagem, escritas abreviadas
e estrangeirismos. Mas, é de suma importância lembrar
que o corpo faz o que a mente manda. Em outras palavras, escrevemos o
que nossa mente deseja. E, com o mundo evoluindo para a automação
de tudo, o cérebro logo não passará de um
regulador de funções vitais básicas. Isso por
que este processo de involução mental já começa
a impregnar as escolas. Agora, é interessante pensar se uma pessoa com um estado funcional como este seria capaz de entender Paulo Coelho, não é mesmo?
Sim,
não pense você que esse modo de escrever está
contido apenas no universo digital. Aos poucos começa-se a
perceber que aquele modo é mais rápido, mesmo que
completamente errado. E a tendência é ficar cada vez
pior. Imagine, se chegamos ao momento em que o ensino nas escolas
fosse completamente computadorizado. Já seria desnecessário
o aprender a escrever. Claro, como consequência teríamos
a falência das indústrias de lápis, canetas,
cadernos, além de aumentar os casos de tendinite no mundo.
Seria incrível, não acha?
Outro
ponto a ser pensado refere-se À duas famosas citações:
“Temos que cuidar do mundo para que nossas crianças possam
viver nele” e “As crianças são o nosso futuro”...
consegue imaginar onde quero chegar, não? Eu não me
sinto nada à vontade em preservar o mundo para entregar à
essas crianças de hoje. É o mesmo que dar um fino e
frágil vaso de cristal À uma criança hiperativa.
Não tem uma expectativa de vida muito longa. Em vez disso,
penso que deveríamos trocar essas frases, por algo mais real e
justo. “Precisamos cuidar das nossas crianças, para que elas
não estraguem o mundo que preservamos”. É meio duro
mas essencialmente necessário.
Mas
em que isso influencia nós, autores? Nossa essência em
criar e compartilhar mundos extraórdinários de nada
serve quando nossos alvos, os leitores, preocupam-se cada vez menos
com leitura e mais com facebook e músicas
depreciativas.
Se
você acha que eu inventei tudo isso, que estou apenas bancando
o garoto mimado, nerd, caxias, e muitos outros apelidos dos
quais não ligo, procure se informar. A informação
está aos montes escancarada no mundo todo. Só é
necessário abrir os olhos, que à muito tempo se
fecharam para a verdade. Nunca fomos tão inteligentes como
agora, mas antes não desperdiçávamos essa
inteligência jogando-a fora aos montes, em caracteres fúteis,
desnecessários e voláteis.
Eu realmente ainda acredito na ideia de que estamos vivenciando um processo de regresso na evolução humana. Nunca acreditei na teoria do homem vir do macaco, mas sou fiel ao ideal de que o homem está sim caminhando com passos lentos ao nível intelectual de um primata. Isto é, se o Q.I. deles já não for maior do que o do homem, coisa que, aparentemente, já foi provada através de certos estudos e experimentos.
ResponderExcluirOs dias passam e parece que tudo simplesmente tende a piorar. Claro que existem suas exceções, mas será que as mesmas são um número elevado o suficiente para mudar o modo de pensar daqueles que ainda hão de vir e, quem sabe, até mesmo esses que ainda cometem tais atrocidades? Talvez seja difícil. Mas bem, não podemos desistir. Até porque estamos avaliando uma pequena porcentagem da mentalidade em uma escala global. No Brasil talvez as coisas estejam perdidas (ou não), mas como serão outros países?
Espero realmente que o homem tome consciência do caminho que toma. É para o próprio bem de todos.
A tecnologia já é algo onipresente, não voltaremos atrás. E assim sentimos o peso dos benefícios e malefícios que o desenvolvimento nos trouxe.
ResponderExcluirMedicina interativa, conhecimento a um clique, propagação de informação... Porém o ser humano tem por caráter depreciar tudo que é bom. E eu digo isso citando a internet e a pirataria, crimes virtuais, pedofilia on-line, entre tantos!
Alguns pensam, mas a grande massa apenas usufrui. E por tudo ser mais fácil não é necessário pensar. Você tem toda a razão quando diz que temos que educar as crianças. Mas esta não é uma tarefa fácil, imagine os pais lutando contra as mídias estimulando nossos filhos a consumir coisas superficiais? Como explicar a uma criança que o colega pode “digitar” o texto e ela deve “escrever”; que o colega pode “jogar vídeo game”, mas ela deve praticar um “esporte”; que o colega pode “assistir televisão”, mas ela deve “ler um livro”; que o colega pode ter uma conta no “Facebook”, mas ela deve ter uma “carteirinha na biblioteca”. É como lutar contra o mundo!
Ainda assim, esforço-me para deixar filhos com coincidência, com pensamento crítico.
E com base no seu texto podemos falar de tantos problemas que enfrentamos pela falta de reflexão.
O planeta não precisa ser salvo, como vemos muitos propagarem, nós é que precisamos mudar para não destruí-lo!